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Animais mortos pelo egoísmo

subdolus/Creative commons

Desde a semana passada, com a morte daquela cadelinha no Carrefour, meu coração está esmigalhado. Não apenas o meu, o de muitas pessoas empáticas ao sofrimento de um ser. Ela não foi a primeira e, infelizmente, não será a última vida a ser agredida ou ceifada. Enquanto isso, o que fazemos dentro do nosso mundinho egoísta?

Somos egoístas e não podemos negar. Dizem que o primeiro passo para a melhora, é reconhecer os erros. Em seu livro, publicado originalmente em 1976, Richard Dawkins aponta como a nossa genética foi selecionada para apresentarmos comportamentos egoístas. Afinal, é isso que garante, segundo o autor, a sobrevivência de uma espécie.

Posso estar sendo extremamente arrogante, mas adiciono a esse conceito, o quanto o egoísmo também é capaz de exterminar não apenas indivíduos, mas espécies. Em que momento o homos começou a agredir animais e semelhantes para se estabelecer em uma sociedade, em um ambiente?

Shelby Ryan/Creative Commons

A lei do mais forte encontra apenas nos livros infantis e no inconsciente de muitas pessoas. Na natureza, não é bem assim que funciona. Os mais aptos, que mais sobrevivem, são aqueles que fazem alianças, mesmo que momentâneas. Não matam apenas por matar, por hobby. Tudo tem um motivo, mesmo que não haja consciência disso.

O problema é que o egoísmo não aparece apenas na morte, mas ao longo da vida. Escolhemos (ESCOLHEMOS!) ter animais domésticos. Ninguém colocou uma arma na cabeça e obrigou a ter um lindo cachorrinho peludo. Mesmo dentro dessa escolha, há aqueles que não compreendem, nem buscam compreender as necessidades daquele animal.

Se hoje as maternidades oferecem curso para pais de primeira viagem, os petshops deveriam oferecer curso para tutores de cães e gatos. Afinal, não se cria filho hoje, como se criava há cinquenta anos atrás. O mesmo vale para os peludos.

Então, por que são tantos os tutores que arranjam infinitas desculpas para não passear diariamente com seu cão? Ou ter o número de caixas de areia adequado à quantidade de gatos? Ou ainda se engajar na causa animal, simplesmente repostando fotos de animais para adoção? O que nos paralisa e faz com que não consigamos agir, para buscar a melhora da qualidade de vida, nossa e do nosso pet? Uma única palavra me vem à cabeça: EGOÍSMO.

bztraining/Creative Commons

O mesmo egoísmo das pessoas que observaram a cachorra sendo agredida (antes, durante e após as pauladas) e não fizeram nada. Muitos perguntaram nas redes sociais: “onde estavam as ONGs e protetores que permitiram que essa barbárie acontecesse?”. Eles estavam lá, aqui, aí. Mas você avisou a eles do que estava acontecendo? Eu também não. Assim como você, e como eles, eu não sabia do que estava acontecendo. Mas muitas pessoas sabiam, e não avisaram.

Eu gostaria, de verdade, que pelo menos 50% das pessoas que se compadeceram com a história da cachorra, colocassem sua mão na consciência e questionassem o que elas fazem para mudar essa situação, para que isso não volte a acontecer. Há infinitas formas de agir. Comece oferecendo a melhor qualidade de vida possível ao seu animal de estimação. Busque informações atualizadas e com credibilidade sobre como melhorar sua rotina.

Se você tem afinidade com a causa dos animais abandonados, você também pode ajudar. Veja neste vídeo as possibilidades:

Projeto com penas mais severas é aprovado no Senado

Mas uma grande ajuda, é denunciar casos de maus-tratos. É nosso dever enquanto cidadãos! Sei que muitas pessoas não confiam na justiça. Mas algo está mudando. Hoje foi aprovada do senado o projeto alterando a lei, que pune com mais rigor os autores de maus-tratos contra animais. Mesmo muitos senadores defendendo a banalidade do assunto, indo a favor de interesses próprios. Agora, o projeto irá para votação na Câmara. Mande mensagem ao seu deputado, faça barulho nas redes sociais, mostre seu posicionamento. Fale que a morte daquela cadela, e de tantos outros seres, não foi em vão.

Quando um país olha para uma causa tão “simples e pequena”, como a animal, dá um grande passo para refletirmos mais sobre a vida, seja ela na esfera que for. Essa é a oportunidade para sermos o país que se preocupa com seres, independentemente da sua origem, credo, raça, cor ou status. Podemos ser o país do futuro. Não apenas pela nossa tecnologia e fartura, mas pela nossa consciência da importância da vida!

E você, o que fez pelo seu pet hoje?

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