Um dos maiores problemas para quem tem cão e gato é a queda de pelos dos seus pets. Em alguns períodos do ano, a troca de pelagem se intensifica, o que pode causar desconforto para quem convive com eles. Isso porque ficam por toda parte, no chão, no sofá, nas roupas.
Segundo a médica-veterinária Camila Coelho e Silva, sócia-proprietária da Clínica Veterinária 24h Cão.com, existem muitos recursos para que essa fase seja enfrentada com o mínimo de transtornos, como a escovação frequente que, se adotada como parte da rotina, terá uma ótima eficácia.
A queda de pelo nos cães, por exemplo, se intensifica nos meses que antecedem o inverno. “A maioria dos cães perde pelos o ano inteiro, mas tem duas trocas sazonais mais intensas: na primavera, substituindo a pelagem por uma mais fina para o verão; e no outono, por uma mais densa e grossa, que tem o objetivo de auxiliar na proteção térmica no inverno”, explica.
Há ainda diferença entre pelos longos e curtos. Como os cães de pelagem longa normalmente precisam de banhos semanais, quando são escovados, os pelos mortos são removidos. Por isso, a sensação é de que caem menos. Já os de pelagem curta geralmente necessitam de cuidados menos frequentes em banhos e tosas e acabam sendo menos escovados, soltando mais pelos pela casa. “As raças pug e buldogues são os campeões de reclamações”, ressalta a veterinária.
Os gatos também não escapam do problema. Ao contrário, é comum a troca de pelagem ao longo de todos os meses do ano, intensificando-se nas épocas de troca de estação. O estresse também interfere na queda de pelos dos gatos. Quando se sentem desconfortáveis, desconfiados e acuados soltam mais pelos que o normal.
Atenção às quedas exageradas
Além do desconforto de achar pelos pela casa, a queda pode trazer outros problemas. Os felinos tendem a se lamber, o que pode causar acúmulo no trato digestório, mais conhecido como “bola de pelo”. Aquela cena de desenhos animados de gatos colocando para fora bolas de pelos pode ocorrer. As raças que possuem pelos mais longos sofrem mais com o problema.
É preciso, no entanto, saber diferenciar a queda natural de uma patologia, que deve ser tratada. “Nas mudanças sazonais, a queda intensa não deve ultrapassar 30 dias e não produzir falhas na pelagem, pois 50% dos pelos estão em fase anágena (de crescimento) e 50% em telógena (de dormência). Quando muitos pelos caem, aqueles folículos que estavam em fase de descanso são ativados. Se a perda de pelos está ocorrendo há muito tempo e existe a presença de outros sinais na pele e nos pelos (opacidade, falhas, odor forte que tende a não desaparecer com banhos, caspas, etc.) pode haver outros fatores associados, como as doenças de pele”, aponta a veterinária.
Escovação reduz o problema
Para ajudar a minimizar o problema, algumas ações simples podem vir a calhar, sendo a principal delas a de dar banho e escovar. A indicação de banhos pode variar conforme a raça, mas na maioria das vezes pode ser semanal ou quinzenal. “A escovação auxilia muito e deve ser feita duas vezes por semana nas épocas de queda intensa e semanal no restante do ano. Como cada raça tem uma indicação específica de escova, sugiro buscar orientação nos pet shops para se certificar de ter escolhido a correta”, completa Camila Coelho e Silva.
A escovação também pode e deve ser feita em casa, mas é preciso orientação na hora de comprar os acessórios para o seu pet, uma vez que há vários modelos, inclusive com diferenciação para pelos longos e curtos. Em alguns casos é possível ativar o crescimento dos pelos através de suplementos nutricionais e medicamentos tópicos para que essa muda sazonal ocorra mais rapidamente, seguindo sempre a orientação do veterinário.
Já para o ambiente a utilização de um aspirador de pó é certamente a melhor ferramenta para acabar com os pelos na casa. Um pano úmido também faz com que os pelinhos sejam mais facilmente removidos. Outra opção bem útil são os rolos de papel adesivo, que podem ser passados em sofás, almofadas e roupas.