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Como prevenir o Alzheimer em cães

Darcy Maloney/Creative Commons

Com o aumento da expectativa de vida, cada vez mais bichinhos de estimação apresentam a degeneração cognitiva, doença que causa mudança no comportamento

Os pets estão vivendo mais e enfrentam os riscos de doenças crônicas e degenerativas. A síndrome da disfunção cognitiva é um dos problemas que têm sido frequentes entre os cãezinhos idosos. Assim como o Alzheimer nos humanos, a doença é caracterizada pelo envelhecimento das células do cérebro.

“Apesar de não ter cura, quando diagnosticada no início é possível retardar o seu avanço e controlar os sintomas, proporcionando cuidados para garantir melhor qualidade de vida aos bichinhos de estimação”, afirma a veterinária Carolina Dias Jimenez, especialista em neurologia da Petz.

Por isso, o Dia Mundial de Conscientização do Alzheimer, em 21 de setembro, é importante também para alertar sobre os riscos nos bichinhos de estimação. Com o envelhecimento, ocorre a deposição de uma proteína chamada amiloide nos neurônios e em todo tecido cerebral, que causa a morte gradual das células.

Sinais

Jeanne/Creative Commons

A doença se manifesta geralmente a partir dos 10 anos, com a desorientação (envolve momentos de agitação e/ou de sonolência), redução de atividade física, mudanças no padrão do sono, perda de memória visual e alteração nos hábitos de higiene. “Eles começam a olhar para o nada, se perdem atrás de móveis, não reconhecem o dono, dormem mais tempo durante o dia e, à noite, ficam zanzando pela casa compulsivamente”, explica a veterinária.

Com a evolução do problema, eles passam a não saber mais como beber água ou comer, não conseguem mais deglutir, podem parar de andar, perder a atividade locomotora, com uma série de consequências à saúde.

Tratamento

tylermonroe066/Creative Commons

Além do acompanhamento veterinário, o tratamento é feito com antioxidantes, que vão retardar o envelhecimento celular e, consequentemente, a liberação da substância amiloide. Também é usada medicação que aumenta a vascularização no cérebro, melhorando o seu funcionamento. “É uma doença degenerativa, como no ser humano. O acompanhamento veterinário poderá retardar os sintomas e minimizar os efeitos, mas vai continuar evoluindo”, esclarece a Dra. Carolina.

Quando o animal começa com os sinais neurológicos, é importante fazer uma ressonância magnética ou algum outro tipo de exame mais apurado para excluir problemas como tumor cerebral, que tem tratamento oposto ao Alzheimer. Mas o diagnóstico é clínico, pois nenhum exame mostra as alterações.

Prevenção

Mark Robinson/Creative Commons

Além de ter uma alimentação equilibrada e praticar atividades físicas frequentemente, a indicação é começar com antioxidantes e vitaminas o mais precoce possível, por exemplo, a partir dos 8 anos. Outra opção são rações ricas em antioxidantes que auxiliam no combate aos radicais livres e, por sua vez, combatem o envelhecimento.

Outro fator que mantém longe o temido alemão é o Enriquecimento Ambiental. Quando pouco estimulado mentalmente, o cão tende a ter menos atividade ou ser repetitiva. Comer no mesmo pote, sempre do mesmo jeito pode acelerar o processo degenerativo. Apresentar novidades, seja olfativa, sensorial, cognitiva ou mesmo social é fundamental para boa manutenção da saúde mental do animal.

Por isso, a partir de hoje, evite oferecer a ração no pote. Dê dentro de garrafas pet, brinquedos cognitivos, comedouros lentos, etc. Sempre trocando para haver novidade e estimular a cognição do seu peludo. Adestramento é ótimo! Aprender truques e palavras novas é super estimulante!

E não se esqueça dos passeios diários. Por mais que ele fique preguiçoso, quando velhinho, e não tenha tanta vontade de passear, leve para dar uma voltinha. É nessa rápida saída que os sentidos do cão serão estimulados, bem como o cérebro. Deixando, assim, bem longe essa doença de nome chato.

Mas e se o meu cão já tem a doença?

Normalmente, as raças pequenas como yorkshire, maltês e schnauzer são mais predispostas à doença, principalmente porque a expectativa de vida delas é maior. Para que o pet fique bem, no entanto, a compreensão e atenção dos donos são ótimos tratamentos.

Caso seu pet já apresente alguns desses sinais, veja abaixo algumas dicas da veterinária:

1 – Não deixar o pet sozinho por longos períodos, já que eles podem ficar confusos ao se enfiarem em lugares restritos da casa e não conseguirem sair, como embaixo de móveis, atrás de portas.

2 – Eles vão dormir por mais tempo. Isso acontece não só pela doença, como pelo envelhecimento. O ideal é levá-los mesmo dormindo para fazer as necessidades ou recorrer às fraldas descartáveis (mas nem todos se adaptam).

3 – Se possível, deixar o espaço livre onde eles ficam para que possam caminhar, quando desejarem, sem acidentes. Manter a caminha higienizada e respeitar a lentidão nos momentos de passeio.

– Como podem ocorrer também mudanças no apetite do pet, que troca o dia pela noite, deixe a ração disponível e a água por tempo indeterminado. Converse com o veterinário para indicar opções pastosas para facilitar a mastigação do cão.

5 – Faça check-up e acompanhamento veterinário de seis em seis meses para garantir bem-estar e controlar os efeitos da doença.

O quanto antes você começar a estimular a cognição do animal, mais tarde aparecerá esse alemão nada bonitão.

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