Cachorro vira frentista de posto de combustíveis em SP; conheça Fred

Por Patrícia Pasquini*

Na mesma época em que o Brasil assinava o atestado de azar, ao ser goleado por 7 x 1 pela Alemanha na Copa de 2014, a sorte invadia a vida de Fred, um cão sem raça definida que chegou a um posto de combustíveis no Pari, capital paulista.

Fred estava com muita sede e quase desmaiado de fome, diz um frentista que prefere não ser identificado. Ele, que afirma ter sido amor à primeira vista, conta ter ficado sem almoço naquele dia: a marmita foi inteira para o cachorro. Em troca, deu felicidade, amor e carinho, diz o funcionário.

Pouco tempo após sua chegada, Fred foi atropelado dentro do posto enquanto brincava com um cliente. Levado ao veterinário, passou por cirurgia e se recuperou graças aos novos amigos.

Ele teve ferimento no baço e perdeu um rim. Os funcionários se revezaram nos cuidados pós-cirúrgicos, como curativos e administração de medicamentos.

Fred virou prata da casa. Foi acolhido e, pela excelência no atendimento ao cliente, efetivado como frentista com direito a crachá.

A identificação foi pedido da clientela, segundo Wilber Santos, 26, gerente do estabelecimento.

Cada vez que chega um carro para abastecer, ele dá as boas-vindas. Brinca, pula, se entrega aos carinhos e posa para fotos sempre que solicitado.

“Ele conhece os clientes e sabe quem traz o petisco. Quando vê o carro, sai correndo”, diz a frentista-caixa Gisele Cabral Portela, 36.

“Todo dia, às 7h, tem um cliente que vem aqui, traz um salgadinho para ele e o abraça. Fred é o nosso querido. Falta gasolina, mas não falta ração a ele”, brinca Santos.

Manso, simpático e educado, Fred não suja o local e nem revira o lixo. Funcionário exemplar, tem acesso livre ao escritório para descansar durante o expediente ou se proteger da chuva, além de comida, biscoito e água fresca à vontade. Quando não vai ao pet shop, os colegas de trabalho cuidam do seu banho. A carteira de vacinação também está em dia.

Na hora do café, Fred prefere ficar ao lado do frentista Jedilson Borges Cardial, 25. O excesso de carinho lhe rendeu o posto de melhor amigo. “Com ele os dias são mais leves.”

O branco que prevalece no focinho indica que Fred é um senhor, mas ainda cheio de disposição para correr e brincar.

Fred não foi o único cachorro famoso em postos de combustíveis. O Negão, que era cuidado por funcionários de um posto em Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, também ganhou crachá de funcionário. Ele permaneceu três anos no local e morreu em 2018, após ser atropelado.

*Patrícia Pasquini é repórter e está na Folha desde 2018

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