Pets tornam ruas e casas mais leves na quarentena
Para os pets, a voltinha vai além do momento de fazer as necessidades. É quando têm contato com o mundo, gastam energia, aprendem pelo olfato e com a socialização.
O shih-tzu Sheike, de dois anos, sabe bem como é isso. Mesmo com a quarentena em São Paulo, ele sai duas vezes por dia e faz o que mais gosta pelo Jardim Ester (zona oeste): cheira o mato, corre atrás de pombas e passarinhos, brinca com os amiguinhos na praça.
Os passeios duram aproximadamente uma hora e meia, diz o técnico de enfermagem Carlos Joaquim Fernandes, 57. O cachorro volta cansado, mas –depois da devida higiene das patinhas– ainda tem fôlego para brincar com a bolinha. “Ele é muito companheiro, só dá alegria”, afirma o tutor.
Grandes amigos e às vezes única companhia, animais são também aliados para a saúde mental. Estudos mostram que eles facilitam a interação com pessoas, diminuem a solidão e fazem bem à saúde.
Nino, de quatro anos, foi adotado pela técnica em enfermagem Aparecida Araújo da Silva, 61, após uma tragédia: a morte do cachorro Paçoca, atropelado na calçada, na porta de casa. A tutora conta que Nino é irmão biológico de Paçoca, brincalhão e ciumento.
Com o coronavírus, seus passeios próximos a uma praça no Jardim São Jorge (zona oeste) foram adaptados para horários com menos gente na rua e têm um trajeto de cerca de 3 km, calcula Aparecida. Conhece todas as árvores do percurso e tem um monte de amigos.
No mesmo bairro, a família da coordenadora de RH Dayana Lopes Floriano da Silva, 36, inclui seis cachorros e dois gatos, com idades entre 4 e 16 anos.
Os mais velhinhos não costumam sair, outra cadela só passeia no carro, mas Patucha, 6, e Netinho, 5, são as companhias quando o pai da Dayana vai comprar cigarros. Tranquila, Patucha gosta de farejar a rua, mas é atenta e pode avançar se sentir que seu Juscelino corre algum perigo. Já Netinho prefere abocanhar algum mato que encontra pelo caminho.
Autoridades de saúde monitoram os casos de coronavírus e afirmam que não há indícios de que animais de estimação transmitam a doença a seres humanos. Com as recomendações de distanciamento, porém, a orientação é fazer passeios curtos com os pets, em horários e locais de menor movimento, acompanhado por apenas um responsável. Na volta para casa, as patas devem ser limpas com água e sabão neutro.
A higiene é preocupação da advogada Tatiane Andressa Westphal Pappi, 39, sempre que Thor, 8, retorna da rua, nos Jardins (região central). Ela diz que o buldogue francês sabe quando é hora de passear, interage com pessoas, mas não gosta da aproximação de outros cachorros.
Segundo Tatiane, a saída serve para o cachorro se exercitar. Em casa, brincar com o ossinho é a diversão favorita, além de aproveitar o home office para ficar perto da tutora. “Ele está um grude. Onde eu vou, ele vai atrás.”
Na mesma região, o spitz alemão Bento, 4, fica feliz quando pode entrar nas lojas durante sua caminhada, encontrar os amigos e ganhar carinhos. Com a quarentena e comércios fechados, porém, resta cheirar e olhar a fachada, segundo o publicitário Sidnei da Cunha, 53.
Mais curtos nos dias úteis, os passeios do spitz podem chegar a uma hora nos finais de semana, com cuidados incluem limpeza das patinhas e da coleira. De acordo com o tutor, agora menos pessoas se aproximam para brincar com o cachorro, que é tranquilo e chegou à família por insistência da sobrinha.
Já o maltês Toy, 2, sai para espairecer, e sua tutora, a designer gráfica Helena Motta aproveita para se exercitar. Ele percorre ruas dos Jardins a bordo de um carrinho para pets.
Caseiro e cheio de brinquedos, não gosta da rua, afirma a tutora. Mas ama o carrinho. Fica quietinho durante o trajeto e só se agita quando tem vontade de fazer as necessidades. Porém, fica pouco no chão. Anda uma quadra e logo quer voltar para seu meio de transporte.
Helena, no grupo de risco para Covid-19, diz ter saído pouco de casa, mas tem a companhia de Toy. “Ele é muito companheiro e deixa as coisas leves.”
Opinião parecida é compartilhada por Carolina Bezerra, 35, que divide o imóvel com Puppy, 3. A gerente comercial afirma que a cadela, da raça buldogue francês, é companhia não só em época de isolamento e que já deixou de sair para não deixar o animal sozinho.
A tutora conta que sente a cadela mais apegada após o período em home office –se a tutora sai, logo quer colo na volta. Dócil e sociável, Puppy sempre esperava brincar com algum cachorro ou pessoa pelas ruas de Perdizes (zona oeste) durante seus passeios, reduzidos de duas para uma vez ao dia. Mas, receosa e preocupada com a higiene do pet, Carolina diz agora evitar que desconhecidos toquem o animal.
Pets tornam ruas e casas mais leves na quarentena
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