O inverno começa nesta segunda-feira (21) e, como acontece com os humanos, pets também sentem as mudanças climáticas e precisam de cuidados especiais.
Nesta época, o ar mais seco pode provocar problemas respiratórios. Com o frio, animais mais velhos podem sentir desconforto nas articulações.
Segundo o CRMV-SP (Conselho Regional de Medicina Veterinária de SP), animais idosos são os que mais sofrem. Isso porque, com o passar dos anos, há diminuição da massa muscular, e a camada de gordura fica um pouco menor —o que dificulta a manutenção da temperatura corporal. Além disso, os velhinhos têm artrite, artrose, problemas de coluna e podem sentir dores intensas com a queda de temperatura.
Mas, independentemente da idade, a imunidade cai com o frio, e o tutor deve checar se as vacinas estão em dia e ficar atento a gripes e pneumopatias.
Cães de focinho curto —os braquicefálicos, como pug, pequinês, buldogue inglês, buldogue francês e lhasa apso– podem ter um desconforto respiratório maior nessas épocas mais frias, diz o médico-veterinário Eduardo Pacheco, da Comissão Técnica de Clínicos de Pequenos Animais do CRMV. Entre os felinos, os da raça persa têm mais predisposição a desenvolver alterações respiratórias.
A recomendação é ficar de olho no comportamento do animal e buscar ajuda do veterinário quando necessário. Dificuldade de locomoção, tremores e falta de apetite são sintomas de que algo não está bem.
“Principalmente em relação a doenças respiratórias, podemos perceber espirros, tosse, com ou sem secreção, descarga nasal, dificuldade respiratória, estando atrelada a uma pneumopatia um pouco mais severa, um início de pneumonia. Muitas vezes o tutor confunde esse sinal de tosse com engasgo”, diz.
BANHO
Banhos devem ser evitados nos dias mais frios, segundo a veterinária Rosangela Ribeiro Gebara, da Comissão Técnica de Bem-estar Animal do CRMV.
Mas cada animal tem uma necessidade. Se for inevitável, a orientação é usar água morna e secar muito bem o pelo.
Não expor o animal ao vento também é fundamental para manter sua saúde. “Os animais sofrem com a queda de temperatura assim como nós. Eles têm que ter uma casinha, uma caminha e uma proteção do piso.”
ROUPA E TOSA
Pets devem, sim, usar roupinhas no frio. Mas Pacheco faz ressalvas, como não manter o pet com a roupa o tempo todo e pentear os pelos regularmente.
Além disso, deve ser confortável, não limitar os movimentos do animal e estar sempre higienizada.
A proteção é importante, especialmente, para cães de pelo curto. Animais de pelo longo podem sofrer com nós.
O veterinário lembra que os pelos têm função de regular a temperatura do corpo e, por isso, não deve ser tosado completamente, ao menos nesta época.
“Se for tosado, ele perderá um pouco dessa barreira de proteção e isso facilitará com que tenha trocas bruscas de temperatura e sofra com o frio”, diz.
PRINCIPAIS CUIDADOS
Veja os principais cuidados no inverno, segundo o Conselho:
– a vacina da gripe deve estar sempre em dia;
– aumente a alimentação entre 10% e 20% do que ele normalmente come nas outras épocas do ano, por conta do gasto energético que necessita para manter a temperatura do corpo;
– utilize um nebulizador no local onde o animal dorme, para ajudar a manter as vias aéreas mais hidratadas;
– evite passeios nas horas mais frias e de ventania;
– agasalhe o animal;
– mantenha a temperatura interna da casa controlada;
– evite a automedicação, pois pode representar risco de vida para cães e gatos;
– ao menor sinal, procure o atendimento clínico veterinário, para evitar um tratamento mais dificultoso e oneroso.